Guardar memórias desagradáveis não é só uma perda de tempo; é também uma perda da vida, que poderia ser vivida com maior satisfação. Se me ponho a contabilizar “opressões e injustiças”, estou só a trazê-las de volta para criar uma realidade dolorosa. Recorde-se o que está em Do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll: “O horror daquele momento! Nunca, nunca me hei de esquecer”, disse o Rei; a Rainha respondeu: “mas um dia destes acaba por esquecê-lo, desde que não passe o tempo a relembrá-lo.”