Agora que somos livres e que já não jogamos, temos muito mais controlo sobre os nossos pensamentos. Podemos mudar as nossas atitudes, mais do que qualquer outra coisa. Aliás, na verdade, alguns membros dos Jogadores Anónimos preferem pensar na sigla JA como uma abreviatura para a expressão “Justa Atitude”. No passado, nos dias maus, quase sempre eu respondia a qualquer afirmação otimista ou positiva com um “Sim, mas…” Em contraste, agora estou a aprender a eliminar essa frase negativa do meu vocabulário.

Aprendemos com os companheiros dos Jogadores Anónimos que o principal agente ativador dos nossos defeitos era o medo egocêntrico — principalmente o medo de perdermos algo que tínhamos, ou de que iríamos falhar ao perseguir algo que desejávamos. Quando vivíamos concentrados nos desejos não satisfeitos, estávamos obviamente em estado de constante perturbação e frustração. Assim, aprendemos que não teremos paz a não ser que encontremos algum modo de reduzir essas exigências.

Se eu viver apenas um dia de cada vez, não terei medo do que poderá acontecer amanhã. Enquanto me concentrar nas atividades de hoje, não haverá, na minha mente, espaço para preocupações. Tentarei preencher cada minuto deste dia com algo bom que eu tenha visto, ouvido ou realizado. Então, quando o dia acabar, poderei pensar nele com satisfação, serenidade e gratidão.

“E se ...” quantas vezes ouvimos estas palavras dos recém-chegados ao Programa dos Jogadores Anónimos. Quantas vezes, na verdade, tendemos a dizê-las a nós mesmos. “E se eu perder o meu emprego?” “E se o meu carro se avariar?” “E se eu ficar doente e não puder trabalhar?” “E se os meus filhos se viciarem em drogas?” E se — qualquer coisa que a nossa imaginação desesperada puder projetar? São só duas palavras pequenas, mas totalmente carregadas de medo e ansiedade. A resposta a “E se...” é, pura e simplesmente, “Não projetes”. Só podemos conviver com os nossos problemas à medida que eles surgem, vivendo um dia de cada vez.