Outro denominador comum entre aqueles que recaem é a incapacidade de usar as ferramentas do Programa dos Jogadores Anónimos: os Doze Passos. Os comentários que mais frequentemente se ouvem são estes: “Eu nunca fiz o trabalho dos Passos”; ou “Eu nunca saí do Primeiro Passo”; “Eu fiz os Passos devagar demais, ou depressa demais, ou cedo demais”. A verdade é que essas pessoas aceitavam os Passos, mas não os aplicavam à sua vida com consciência e com sinceridade.

Em quase todos os casos, o jogador reincidente que regressa ao grupo diz: “Parei de frequentar as reuniões”; ou “Cansei-me de ouvir as mesmas histórias e de ver sempre as mesmas caras”; ou “Tinha tantos compromissos que precisei de parar de ir às reuniões”; ou “Julgava que já tinha tirado o máximo proveito possível das reuniões e procurei outro tipo de ajuda em atividades que tinham mais sentido para mim”. Em suma, essas pessoas simplesmente deixaram de frequentar as reuniões. Uma frase dita numa reunião de JA acerta mesmo no alvo: “Aqueles que deixam de ir às reuniões não estão lá para ouvir aquilo que acontece aos que deixam de ir às reuniões.”

Qual é a causa da recaída? O que é que acontece a uma pessoa que, aparentemente, está a compreender e a seguir o programa dos Doze Passos e, ainda assim, decide jogar de novo? Que é que posso fazer para impedir que isto aconteça comigo? Existe algum padrão para aqueles que recaem, algum denominador comum que se pareça aplicar? Cada um de nós pode tirar a sua própria conclusão, mas aprendemos no Programa dos Jogadores Anónimos que a falta de atitudes também causará uma eventual recaída.

Se não quiser recair, evitarei os lugares e situações que me podem levar à recaída. Para o jogador, isto significa evitar casinos, mesas de poker, casas de apostas, ou qualquer outro lugar de jogo. Algumas situações emocionais também podem tornar-se motivo para recaídas, tal como a indulgência perante velhos pensamentos, por exemplo, o de cultivar o ressentimento até ele tomar proporções incontroláveis.