Antes de chegar aos Jogadores Anónimos, a minha vida era como a vida de muitos de nós que foram cruelmente massacrados e atormentados pelo poder da nossa compulsão. Durante anos e anos estivera doente e cansado. Quando finalmente fiquei cansado de estar doente, rendi-me e procurei o Programa de Jogadores Anónimos. Agora sei que mesmo nesse tempo tinha recebido a ajuda de um Poder Superior; na verdade, foi este Poder que me permitiu ir sobrevivendo, para que eventualmente pudesse encontrar um novo modo de vida.

Aprendi que o sucesso do Programa de Jogadores Anónimos reside em grande parte na prontidão e desejo dos seus membros de tentarem a qualquer preço ajudar os outros tiranizados pela compulsão do jogo. Se a minha prontidão e vontade esmorecer, correrei o risco de perder o que já alcancei. Devo estar sempre disposto a dar o que tenho, porque apenas ao fazê-lo terei o privilégio de poder conservá-lo.

Para mim, o Programa de Jogadores Anónimos não é apenas um porto seguro e uma filosofia, mas também um caminho para a liberdade. Esta rota leva-me ao meu objetivo espiritual de me tornar a pessoa que quero ser, com o trabalho dos Passos. Por vezes, esse caminho não me faz chegar à meta tão rápido quanto gostaria, mas tento lembrar-me que Deus e eu trabalhamos a ritmos diferentes. Mas o objetivo está lá e sei que os Doze Passos de Recuperação me ajudarão a alcançá-lo.

Duas palavras relativamente às quais que tomei plena consciência mesmo durante os meus dias de jogo, são palavras que que preciso de trazer comigo para a minha recuperação: parar e começar. Tenho de parar de jogar e começar a minha recuperação. Preciso olhar para dentro de mim e parar de culpar os outros. Preciso de começar a sintonizar-me com a vontade do meu Poder Superior e impedir que a minha vontade própria me guie. Quanto mais começo a ver os resultados positivos do Programa de Jogadores Anónimos, mais honestamente consigo ver as ações negativas do passado que me levaram à miséria e ao desespero.