Como jogadores compulsivos no ativo, estávamos demasiado familiarizados com a depressão, esta grande pilha de sentimentos sombrios que pareciam obscurecer as nossas mentes em intervalos regulares. Mesmo agora, quando não posso progredir como queria, quando espero uma mudança radical na minha parte espiritual, de um dia para o outro, estes sentimentos de tristeza podem perturbar-me novamente se eu lhes deixar essa “porta” aberta (...)

Dizem-nos muitas vezes que os jogadores compulsivos são perfecionistas e impacientes com qualquer erro — especialmente os próprios. Tendemos a planear objetivos impossíveis para nós mesmos, lutando com toda a nossa força para alcançar os nossos ideais inatingíveis. Por conseguinte, é claro — uma vez que ninguém conseguiu cumprir os padrões extremamente elevados que exigimos de nós mesmos — ficámos frustrados (...)

Apesar de ter rezado várias vezes na minha vida, apercebi-me, depois de vários meses em Jogadores Anónimos, que nunca tinha rezado corretamente. Sempre tentei fazer acordos com Deus, tal como o ateu que tenta proteger-se, sempre pedi “cumpra os meus desejos”, em vez de: “que a Sua Vontade - não a minha - seja feita”. Como resultado, fui-me enganando a mim mesmo e, assim, não pude receber graças suficientes para retomar um modo de vida mais saudável (...)

Às vezes, mesmo quando os nossos amigos do Programa de Jogadores Anónimos, ou fora dele, nos dizem que estamos bem, no fundo sabemos que não estamos assim tão bem. Continuamos a ter dificuldade em lidar com a vida e a encarar a realidade nos seus termos. Nestes momentos, suspeitamos que deve haver falhas graves no nosso desenvolvimento e na nossa prática espiritual. Há uma forte possibilidade de que os nossos problemas residam na pouca compreensão ou na negligência do Passo Onze – oração, meditação e orientação de Deus (...)