Nos Jogadores Anónimos, aprendemos que, à medida que vamos crescendo espiritualmente, descobrimos que as nossas antigas atitudes perante as nossas motivações instintivas precisam de passar por revisões drásticas. As nossas necessidades de segurança emocional e de riqueza, de prestígio pessoal e de poder, tudo precisa de ser moderado e redirecionado. Aprendemos que a plena satisfação dessas exigências não se pode tornar no objetivo único e na razão da nossa vida.

A simples mudança do meu comportamento, e do que digo ou faço, não prova que tenha havido uma mudança na minha verdadeira atitude interior. Estou a enganar-me se acreditar que consigo, de alguma forma, mascarar completamente os meus sentimentos verdadeiros. Eles, duma maneira ou doutra, virão à tona, prolongando as minhas dificuldades de me relacionar com outras pessoas. Tenho de evitar meias medidas para me livrar das emoções contraditórias que tenho tentado esconder.

Já é tempo de perceber que a minha postura, em relação à vida que estou a levar e às pessoas que fazem parte dela, pode ter um efeito tangível, mensurável e profundo sobre aquilo que me acontece no dia-a-dia. Se eu esperar coisas boas, então elas certamente acontecerão. Se eu tentar, todos os dias, nortear as minhas atitudes e pontos de vista numa base espiritual sólida, eu sei que isto irá mudar para melhor todas as circunstâncias da minha vida.

Não há vantagens, não há lucro nenhum nem, certamente, nenhum crescimento quando me vou enganando a mim mesmo só para fugir das consequências dos meus próprios erros. Quando percebo isto, também percebo que estou a progredir. “Precisamos de ser verdadeiros por dentro, honestos para connosco, antes de podermos conhecer a verdade que nos rodeia”, escreveu Thomas Merton em “Ninguém É uma Ilha”: “…mas tornamo-nos verdadeiros interiormente quando exprimimos a verdade tal como a vemos.”