Durante os dias da nossa adição ativa, muitos de nós demonstrámos um poder de imaginação muito fértil. Sem perder tempo, imaginámos mais razões – ou mais desculpas – para prosseguir com a nossa adição do que alguém poderia imaginar em toda a sua vida (...)

Originalmente, para alguns de nós, o medo pode ter sido a razão pela qual procurámos Jogadores Anónimos. No início, o medo pode ter sido a única razão para alguns de nós se manterem afastados do jogo e aquela sensação hedionda de "Vou começar a ter sorte" (apesar de sabermos que no final o jogo iria sempre virar-se contra nós) (...)

Aprendi no Programa de Jogadores Anónimos que o truque, para mim, não é parar de jogar, mas continuar sem jogar e aprender a não voltar a jogar. Deus sabe que tentei parar muitas vezes, dizendo a mim mesmo o quanto o jogo afetou não só a minha vida, mas todos os aspetos do meu comportamento (...)

Quando admitimos a nossa derrota e chegámos ao Programa de Jogadores Anónimos, muitos de nós perguntámo-nos o que faríamos com todo esse tempo nas nossas mãos. Todas as horas que passávamos a planear, esconder, criar álibis, mentir, vender ilusões, pedir emprestado, inventar histórias – e tudo o resto – ameaçados de nos perdermos no vácuo do tempo, que de alguma forma tinha de ser preenchido (...)